Adriana Pavani



Biografia:

Escrever sempre me foi um prazer. Escrevi vários artigos e poesias. Mas, em 2005, despertei de vez para a poesia (já a escrevia antes, mas não tinha atentado melhor para o fato).
Participei de alguns concursos literários e tenho trabalhos publicados nos seguintes livros:

“Além das letras” (2006) – Clube Amigos das Letras, de Barra Bonita/SP
“A ponte” (2007) – Clube Amigos das Letras, de Barra Bonita/SP
“Filhos da Luz” (2008) – Clube Amigos das Letras de Barra Bonita/SP
“Efervescência” (2008) – Movimento Virarte de Santa Maria/RS
“Uni-versus” (2008) – Movimento Virarte de Santa Maria/RS

Também participo das edições do “Caderno Literário”, de circulação mensal e gratuita na internet, editado por Sandra Veroneze.

Atualmente, faço parte do Movimento Virarte.

Também trabalho na divulgação da língua internacional esperanto, ora escrevendo a respeito (em português e esperanto), ora prestando monitoria de aulas do curso básico da língua, através da internet.

Um novo amanhecer

Há anos se arrastam os grilhões
De disfarçada escravidão.
Mas um dia, o Bem há de vencer.
E os grilhões em saber florescerão.
O que antes era preconceito
Capaz de roubar a dignidade e o respeito
Abrir-se-á em leque desfeito
E fará a alma renovar o seu conceito.
É preciso no futuro crer
E o coração, por mais que fique a chorar,
não deve esmorecer.
É preciso ser forte para fazer desabrochar
Novas flores, novas luzes, novas cores.
E ver o despertar radiante de um novo amanhecer!

Adriana Pavani

Primavera

Ao desabrochar da primavera,
vejo o raiar de um novo dia.
É o despertar de uma nova era
e o homem velho grita a sua alforria,
esquecendo velhas quimeras
e cantando novas melodias.
É o florescer da Primavera!
É de flores que se faz a alegria.
Mesmo que a noite se torne escura,
há alegria no viver!
Mesmo que a luta seja dura,
Nem se pensa em morrer.
Eb ainda que se morra, persiste a alegria,
Porque quão bela é a eterna continuidade da vida...

Adriana Pavani

Fotografia

Revendo uma velha fotografia,
mergulhei em nostalgia,
revendo os fatos
e recordando as fantasias.
Juntei na lembrança os cacos
das ilusões perdidas.
Onde foi que achei espaço,
para guardar aquela lembrancinha?
E o sonho daquela época,
em que esquina se perdeu?
Talvez não seja eu mais aquela,
que na fotrografia eu vejo.
Mas aquela faz parte do meu eu.
Por isso eu me revejo.
Quantas emoções revividas
na imagem daquela antiga fotografia!
Mas o passado é o passado.
E é no presente, que devo viver minha alegria.
Pois o futuro é lá na frente,
quando eu recordar de novo, o presente,
com outra velha fotografia.

Adriana Pavani

DO CAOS À POESIA

Dentro de mim habita o caos,
Ora sou esperança,
Ora sou fantasia,
Há momentos que sou apenas tristeza
Há outros que sou quase euforia.
Às vezes sou tudo.
Ás vezes, me sinto um nada:
Apenas um leve suspiro de ressentida melancolia.
Mas renasço em cada palavra
Quando do caos eu me gero
E resplandeço em poesia!

Adriana Pavani

Digo não à violência?

Digo não á violência?
Mas apóio esta indecência:
Ligo a TV na hora da maledicência.
Aceito toda a incoerência.
E a pior programação é a minha preferência,
deixando a má notícia ser a campeã de audiência.
E, ainda, sou capaz de afirmar
que digo não à violência!
Eu digo não à violência.
Mas não noto que eu mesma gero a violência,
quando quero levar vantagem em tudo,
quando esqueço o que é a cidadania,
furo a fila , fecho os olhos aos idosos,
ignoro as crianças em minhas cercanias,
matando, em mim mesma, a esperança
de que, neste mundo, não haverá mais a tirania.
Tudo porque apenas digo não à violência,
da boca para fora,
esquecendo que, para acabar com a violência,
é preciso acabá-la, primeiro, de dentro para fora.
E agora!

Adriana Pavani

Conflitos

Lá fora a calmaria.
Aqui dentro, um turbilhão.
Vejo o caminhar de uma romaria
e, em mim, a confusão.

Olho para os lados,
Olho para o céu e para o chão.
Meu Deus, o que faço?
Onde está o que procuro, então?

E, como um raio,
Vem a resposta em um clarão:
“Mergulha-te em ti,
e encontrarás a solução”.

Adriana Pavani