Digo não à violência?

Digo não á violência?
Mas apóio esta indecência:
Ligo a TV na hora da maledicência.
Aceito toda a incoerência.
E a pior programação é a minha preferência,
deixando a má notícia ser a campeã de audiência.
E, ainda, sou capaz de afirmar
que digo não à violência!
Eu digo não à violência.
Mas não noto que eu mesma gero a violência,
quando quero levar vantagem em tudo,
quando esqueço o que é a cidadania,
furo a fila , fecho os olhos aos idosos,
ignoro as crianças em minhas cercanias,
matando, em mim mesma, a esperança
de que, neste mundo, não haverá mais a tirania.
Tudo porque apenas digo não à violência,
da boca para fora,
esquecendo que, para acabar com a violência,
é preciso acabá-la, primeiro, de dentro para fora.
E agora!

Adriana Pavani