O fio

Tudo o que calo ou falo
Constitui a significância de tudo o que vivo e pereço
É o que arde aos ouvidos quando calo
Que faz morada no meu peito enquanto morro
E é o que voa ao vento enquanto falo
Que se desfaz, dilui e evapora.
De que importa o som que ecoa sem resposta....
De que vale o silêncio, perante tamanha lacuna...
Vivo e morro no silêncio ardente do que calo
Enquanto mato e vivifico, proferindo a secura da boca.
Alienada no pensamento que cala
Enfastiada no movimento que fala
Nesse ouvido meu que ouve
Mil palavras, mil palavras...
É tudo que calo ou falo que me gela as mãos, o peito e a alma.

Pam Orbacam