Um sonho doce as asas abre, voa
e põe o paraíso logo ali.
Manhã de sol. A vida exibe a proa
com seu velame pando em frenesi.
Vou navegar ao léu... - Que coisa boa!
Hoje a esperança sei que me sorri.
Minha caneta, inquieta, não distoa,
mas quer roubar a luz só para si.
Uma andorinha azul (eu sei que as há)
por conta e risco, quer um alvará,
para mandar bem longe invernos frios.
Há verdes no jardim antes deserto...
O amor e primavera estão por perto
e não suportam corações vazios.
Miguel Russowsky
Joaçaba - SC
( Antologia virArte Voragem, 2007 )